Homossexualidade em terapia.

20/07/2012 14:48

 

HOMOSSEXUALIDADE EM TERAPIA

 

Em psicoterapia, pacientes que vêm enfrentando a questão da orientação sexual muitas vezes não são capazes de expressar suas angústias de forma direta e objetiva. Essa dificuldade pode ser devido a dúvidas e confusão sobre desejos e sentimentos, como também por vergonha ou medo da rejeição por parte do terapeuta.

Para ajudar essas pessoas identificarem a problemática e facilitar aos terapeutas o acesso ao mundo interno de seus pacientes, descreve-se a seguir alguns fatores freqüentemente presentes na dinâmica associada à homossexualidade. É importante lembrar que são apenas generalizações e, portanto, um mero ponto de partida para uma investigação mais profunda, ou seja, muitos desses fatores podem estar presentes em pacientes não homossexuais. Assim, usualmente, o indivíduo homossexual:

·         Aprendeu desde muito cedo a sentir-se diferente, sendo essa diferença associada à inferioridade e à desvalia. Esses sentimentos costumam aparecer muito cedo, por volta dos 06 ou 07 anos, como resultado da reação negativa dos pais a comportamentos e atitudes que diferem do padrão esperado para o sexo da criança.

·         Desenvolveu um alto grau de autocontrole e tende a não confiar em seus próprios sentimentos, o que pode levar a uma forte alienação de si mesmo. Esse autocontrole tem como objetivo evitar qualquer demonstração dos sentimentos verdadeiros e como conseqüência pode levar a uma percepção empobrecida de si mesmo.

·         Sente-se só, culpado, envergonhado e com medo de ter seu segredo descoberto. Com isso, pode perder o amor e o respeito dos demais.

·         Tem alta probabilidade de sofrer depressão crônica associada a algum grau de imobilidade, o que pode levar a diferentes formas de dependência química. Essa imobilidade decorre da falta de perspectiva de solução para o conflito interno, aliada à impossibilidade de dividir o problema com qualquer outra pessoa.

·         Está sujeito a acidentes fatais e suicídio, por temer ter sua verdadeira identidade revelada e, portanto, frustrar as expectativas dos pais e da sociedade em geral.

·         Tem uma história de abusos verbais (podendo vir até mesmo de entes queridos que não sabem sobre sua identidade) e/ou físicos.

·         Costuma viver em “dois mundos”, simultaneamente.

·         Freqüentemente desenvolve uma estratégia para manter uma identidade heterossexual pública. Essa identidade tem como função reduzir o conflito interno, na medida em que possibilita uma dissimulação tanto para si próprio como para os demais.

 

 Para o psicoterapeuta que deseja atender indivíduos homossexuais de acordo com uma abordagem afirmativa, positiva e aberta, sugere-se os seguintes cuidados:

1.      Procure rever seus próprios preconceitos, fantasias e sentimentos sobre a homossexualidade;

2.      Se o paciente apresentar alguma patologia, esta deve ser examinada;

3.      Cuidado com os estereótipos: lembre-se que o paciente espera de você acolhimento, apoio e principalmente respeito;

4.      Tenha em mente que o paciente homossexual tem, em algum grau, um histórico de opressão;

5.      Procure ficar atento às dificuldades do paciente em expressar raiva e lidar com sentimentos eróticos;

6.      Esteja preparado para ajudá-lo a se livrar de sentimentos de culpa e vergonha;

7.      Aprenda sobre os diferentes estilos de vida homossexual e descubra o que a comunidade local oferece;

8.      Deixe que o próprio paciente estabeleça os limites sobre os aspectos íntimos de sua sexualidade que deseja compartilhar com você;

9.      Não se esqueça de reafirmar a orientação sexual de seu paciente como manifestação natural de sexualidade humana.

 

Bibliografia

CLARCK, D. Loving someone gay. Celestial Arts, Berkley.

 

 

 

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Priscila Didone - Psicóloga e Analista do Comportamento
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