História dos Desejos.

04/05/2012 12:17

HISTÓRIA DOS DESEJOS

 

Vamos falar dos nossos desejos? Sabe aquele sonho que você tem acordado, que se constrói ao caminhar pelo parque, ou quando se está sozinho, na cama esperando o sono chegar, nos momentos de recolhimento. Sim, estes mesmo, que expressam os desejos do nosso coração.

Se os sonhos são bonitos, porque temos tanto medo ou até mesmo vergonha de falar deles? Será que quando falamos sobre ele, o expomos e percebemos que ele é algo extremamente frágil?

A pessoa com quem o compartilho pode não compreendê-lo e este sonho pode se esvaecer, pois quando zombam dos nossos sonhos, estes são destruídos. Ficamos magoados, pensando no porque daquela pessoa ter sido tão fria ao receber nosso sonho e nos damos conta de que aquela pessoa, um dia, também sonhou, mas que a realidade se mostrou diferente e seu sonho também morreu. Isso gerou nela um sofrimento, pois esta pessoa permaneceu presa em seu sonho morto e pensa que porque você é um “sonhador”, também irá sofrer como ela. A única maneira que ela encontra de demonstrar isso, é destruindo seu sonho, pois ela se tornou amarga e cética.

É verdade que podemos sofrer por causa dos sonhos, isso quando nos prendemos a ele. Entretanto, a morte do sonho não precisa ser necessariamente algo ruim, uma ferida que não cicatriza, ela pode ser, ao contrário, a porta de entrada para que novos sonhos aconteçam.

Há, ainda, pessoas que se esquecem que um dia sonharam. Parece que o sonho foi mentira, uma negação da realidade. Demoram para se dar conta de que o sonho não é nada disso, mas sim um instrumento que se tem para desdobrar a realidade, para que ela desabroche em coisas que ainda não se realizaram.

O que há por trás dos sonhos, muitas pessoas se questionam. Quando se olha um sonho, geralmente percebe-se (para a maioria das pessoas) o imenso desejo de ser feliz, de se realizar enquanto ser-no-mundo, de se sentir completo. Algumas (muitas) vezes, o sonho com desejo de ser feliz aparece sempre com a felicidade dos outros, pois é difícil termos um sonho no qual somos felizes sozinhos. É sempre o desejo de um ser-com, ser feliz com alguém.

Se seu sonho morreu, lembre dele, perceba seus detalhes, a força que fez com que ele nascesse e, depois, enterre-o. Quando enterramos um sonho e guardamos a força do sonhar, nos preparamos para os momentos seguintes, em que os sonhos renascem e outras histórias recomeçam.

Não importa se é um sonho para o programa de fim de semana, se é o sonho de uma profissão ou um grande sonho de amor. Lembre-se: por traz de todo sonho há o desejo de ser feliz!

 

REFERÊNCIAS

 

POMPÉIA, J. A.; SAPIENZA, B. T. Na presença do sentido: uma aproximação fenomenológica a questões existências básicas. 2ª Ed. São Paulo: Educ, 2010.

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Priscila Didone - Psicóloga e Analista do Comportamento
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