Depressão Infantil
30/10/2011 13:35
COMO IDENTIFICAR A DEPRESSÃO INFANTIL
Segundo especialistas, a depressão, que antes parecia um mal somente entre os adultos, tem afetado cerca de 2% das crianças do mundo. Assim como ocorrem sentimentos de tristeza e desapontamento em adultos, as crianças não estão isentas de senti-los. Contudo, quando esses sentimentos prolongam-se e comprometem a vida dos pequenos, é importante que os pais fiquem atentos.
Ainda não se tem conhecimento das causas da depressão infantil, mas sabe-se que a mesma pode se manifestar a partir de situações-problema na escola, separação dos pais, morte de uma pessoa querida ou animal de estimação.
Diferentemente dos adultos, que se queixam de sentimentos de tristeza e falta de esperança, as crianças deprimidas apresentam quadros caracterizados por irritabilidade, alterações repentinas do humor e comportamento provocativo, sintomas estes que podem ser confundidos com birra ou falta de educação, mau humor, tristeza comum e agressividade. A tristeza aqui referida é um sentimento que acompanha a criança por muito tempo consecutivo, como por dois meses, por exemplo, caracterizando um Transtorno Depressivo. Muitas crianças não sabem que estão deprimidas, então ao invés de verbalizarem seus sentimentos, passam a atuar de acordo com esses, o que poderá ser percebido como desobediência. Por isso, observe alguns sintomas que são comuns na depressão infantil:
• Angústia;
• Pessimismo;
• Irritabilidade/agressividade;
• Apatia;
• Isolamento Social (como absenteísmo escolar, por exemplo);
• Falta de atenção;
• Insônia ou sono excessivo;
• Baixa auto-estima;
• Perda de interesse por coisas que antes gostava de fazer;
• Sentimento de cansaço e tédio em grande parte do tempo;
• Comportamentos destrutivos, voltados contra brinquedos ou outros objetos;
• Perda ou aumento excessivo do apetite;
• Sentimentos de culpa.
Entretanto, nem tudo é depressão, conforme visto em pesquisa realizada pela Agência Graffo [1], em que especialistas alertam as diferenças nos sintomas em crianças e adultos.
Os adultos (pais, professores e responsáveis) devem ficar atentos quando a criança deixa de apresentar os comportamentos típicos da idade, como a curiosidade, o fato de querer estar sempre explorando o ambiente, a vontade de brincar, entre outros. Se ela fica permanentemente quieta, se nenhuma brincadeira a interessa, se não tem curiosidade para explorar, fica insegura quando está longe dos pais ou ainda, se vive com dor de cabeça, dor de barriga, com o sono ou com o apetite alterados, isso é um sinal de alerta.
O pequeno deprimido é muito diferente da criança tímida, que se sente bem em pequenos grupos ou mesmo sozinha. Nesses casos, os deprimidos não se sentem bem em lugar nenhum. Sem tratamento, a doença compromete seu desenvolvimento e o rendimento escolar.
Deve-se lembrar que a criança não irá dizer que está deprimida. O Psicólogo irá observar esse transtorno de forma mais clara através dos desenhos e de testes. Portanto, a avaliação psicológica é fundamental como forma complementar e de auxílio de diagnóstico.
Tratamento
Como é o tratamento para a depressão infantil?
A intervenção é ampla. O médico, o psicólogo, pais e professores estarão envolvidos nesse processo. Deve-se buscar as informações necessárias, pois muito ajudarão aos profissionais realizarem uma intervenção mais eficiente. Conhecer as amizades da criança, seus gostos e desejos, suas críticas, fantasias é obrigação de todos os que intervêm com esta criança. Pedir a colaboração dos pais e da escola é fundamental.
O tratamento da depressão deve ser baseado em dois pilares: o medicamentoso – quando necessário - e a psicoterapia. Esta última é imprescindível, pois em muitas depressões leves a psicoterapia é suficiente para curá-la. Em depressões mais graves, devemos associar o tratamento medicamentoso com o psicoterápico.
Referências
BARBOSA, G.A.; LUCENA, A. - Depressão Infantil. Rev. Neuropsiq. da Inf. e Adol. 3(2): 23-30, 1995.
Atenção: As informações contidas neste site têm caráter informativo e não devem ser utilizadas para realizar auto-diagnóstico, auto-tratamento ou auto-medicação. Em caso de dúvidas, consulte um profissional.