Ansiedade de Separação na Infância
27/01/2012 17:19
ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO NA INFÂNCIA
Um Breve Resumo
A Ansiedade de Separação na Infância (F93.0 - 309.21) é um transtorno caracterizado por ansiedade excessiva em relação ao afastamento de casa ou de pessoas com quem a criança possui forte vínculo afetivo, por exemplo os pais. È muito comum em crianças, principalmente em fase pré-escolar. O índice de meninas afetadas é maior que em meninos. Por isso, não é adequado ao nível de desenvolvimento da criança, causando-lhe prejuízos significativos.
Como exemplo, podemos citar a vida escolar. A criança deseja freqüentar a escola, demonstra boa adaptação prévia, mas apresenta intenso sofrimento quando necessita afastar-se de casa, como ir a atividades extracurriculares, por assim dizer.
Alguns sintomas somáticos acompanham a ansiedade de separação:
- Taquicardia;
- Palpitações;
- Sudorese;
- Vômitos;
- Choro excessivo;
- Medo excessivo;
- Dores corporais;
- Podem ocorrer atos impulsivos ou até mesmo agressivos, sendo esta a maneira da criança expressar seu medo diante da separação.
Todos estes sintomas prejudicam a autonomia da criança, restringem sua rotina, sua vida, seus relacionamentos e ocasionam um grande estresse pessoal e familiar, ou seja, não somente a criança é afetada.
Intervenção Familiar
É preciso, depois de feito o diagnóstico adequado:
- Conscientizar a família sobre o transtorno;
- Auxiliá-los a aumentar a autonomia da criança;
- Reforçar suas conquistas, mesmo quando pequenas.
Principais Queixas
A criança que sofre deste transtorno relata com muita angústia:
- Medo de ser abandonada ou esquecida;
- Dificuldade em realizar atividades cotidianas;
- Medo exagerado de se perder e nunca mais rever os pais.
OBS: vale ressaltar que o medo e a ansiedade são saudáveis ao ser humano em “pequenas doses”, porém os mesmos sentimentos, quando demasiado acentuados, prejudicam a nossa vida como no caso deste transtorno.
Dicas aos Pais
- Ao sair de casa, para o trabalho ou para levar a criança à escola, por exemplo, despeçam-se carinhosamente da criança, demonstrando afeto, porém sem hesitação, fazendo uso de uma postura firme para que a saída, ou afastamento, não se transforme em uma cena dramática para ambos, contaminada de culpa e pena.
- Nunca mintam sobre onde vão, que horas vão voltar e não saiam escondidos. A criança se sentirá mais segura se souber a verdade.
- Não ameacem a criança. Não mudem o tom de voz, não se refiram ao medo da criança como “bobo”, pelo contrário, procurem transmitir segurança, olhem nos olhos da criança e digam que nunca vão abandoná-la ou esquecê-la.
- Quando houver imprevistos, avisem à criança e procurem agir normalmente em seguida.
De modo geral, os pais devem ser sinceros e coerentes, procurando cumprir o que prometem para transmitir, assim, confiança à criança.
Devem-se respeitar seus sentimentos, sempre colocando limites com amor e ponderação.
Estas dicas se mostram mais efetivas quando realizadas diariamente, até que os sintomas diminuam.
Caso desconfie que seu filho esteja com alguns destes sintomas, procure um profissional de sua confiança para a remissão total dos sintomas.
A experiência clínica mostra efetiva melhora nos sintomas quando os pais procuram terapia no início do transtorno e quando os mesmos participam ativamente do processo terapêutico.
Elaborado por Priscila Didone – Psicóloga, com base em textos, no CID-10, no DSM-IV e em sua prática clínica.